domingo, 16 de fevereiro de 2014

Chocolate em Lisboa

Faz uma semana decorreu o Chocolate em Lisboa, na multifacetada arena do Campo Pequeno.
Hesitei em ir porque advinhei um evento mega concorrido. Acabei por decidir acorrer ao evento por, metereologicamente, se antecipar temporal para o dia e a estratégia delineada apontar para chegarmos à hora de abertura. 
Mas nem o tempo que se abateu nem o horário demoveram o público.
Antes da hora de abertura já se formava, sob a intempérie, uma fila para entrar, que até acabou por escoar rapidamente.
Conseguimos uma meia hora de fruição mais ao menos descansada pelas várias banquinhas. A partir desse momento o caos gradualmente instalou-se e resistimos até ao ponto da impossibilidade de circulação.
Sobre o evento. Estiveram presentes algumas das marcas/lojas mais conceituadas, conhecidas e badaladas (Chocolataria Equador, Denegro, Regina, para citar apenas algumas) mas também muitas outras, pelo menos para mim, desconhecidas.
Como comentava uma amiga, no pós-evento, é um clássico assistir às filas intermináveis que se geram à volta dos pontos mais tradicionais, como a venda de chocolate quente e das bombocas, em detrimento das apostas menos clássicas e desconhecidas.
Também adquiri bombocas, que me remetem sempre para a infância e para o mítico reclame televisivo    (provavelmente muitos também as procuram pela mesma razão), mas todas as outras aquisições foram diferentes e algumas, mesmo, arrojadas.
Na banca da Siopa, de Cascais, forneci-me de bombons bem exóticos. De Framboesa e Manjericão, de Foie Gras de Canard, de vinagre, mel, limão e algas e de Boletos (por ordem da esquerda para a direita).

Comprei ainda um chocolate de tomilho, da NewTree, marca Belga, que estava disponível para prova, e que me pareceu muito interessante. Da mesma banca, trouxe também uns chips de maçã cobertos de chocolate negro, uma combinação igualmente interessante.
Trouxe ainda um maravilhoso charuto de chocolate de canela dos chocolate artesanais da Comes, de Valência.
Havia por lá muitas outras propostas provavelmente interessante. Pelo menos visualmente. Acredito que de sabor também.
E outras remetiam-nos igualmente para outros tempos. Quem se lembra dos furinhos surpresa dos chocolates Regina? A minha memória viajou bem até lá atrás.
Valeu a pena enfrentar a enchente metereológica e humana.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Jogo de Sabores | Macarons da Arcádia

"Ponho no forno
Um bolo de maçã
Calor e alegria
Nesta tarde.
Calorias, bem vês,
Moldam-me o corpo
São vestes,
São reversos
São afagos.
 
Acumulo-te em mim
Em quilos de farinha,
De açúcar, de ternura
De opressão
 
O que sei fica tão longe
Do que sinto
E a noite é tão profunda
Que me minto
A toda a hora
Em cada decisão."
 
Isabel Fraga, in "A Música das Esperas"
 
O exercício, gostoso, foi receber a caixinha, abrí-la e desvendar os sabores dos maravilhosos macarons da Arcádia, a clássica confeitaria do Porto, que recentemente chegou também a Lisboa.
Falhei o sabor de um dos macarons, provavelmente o mais difícil, o que tem recheio de Vinho do Porto Cálem (o castanho na fotografia).
 
Dos outros, de menta/hortelã, limão, maracujá, canela e laranja, descobri com facilidade os aromas.
Como procuro a excelência, repetirei de forma a aprimorar o paladar.

Pizzaria do Bairro

Os ingredientes são todos portugueses, com excepção da farinha, que é italiana. Tal como os donos, embora italianos de origem albanesa. O irmão é o pizzaiolo de serviço, a irmã responsável pela gestão do espaço, assim como do recentemente inaugurado Vestigius, virado para o rio e contíguo à Pizzaria do Bairro.
Os espaços ficam no Cais do Sodré, colados à estação de comboios e ao terminal dos barcos.
Logo que se entra no pequeno espaço da Pizzaria do Bairro os sentidos são activados. O cheiro é contagiante. E a vista, para o balcão dominado pelos tabuleiros com as pizzas, igualmente irresístivel.
As pizzas são ao corte (al taglio) e, como já referido, todas com ingredientes portugueses, pelo que espinafres, grelos, bacalhau, requeijão compõem algumas das pizzas.
Experimentámos a de bacalhau com espinafres e broas, a de atum, tomate e cebola e a de vários chouriços.
Todas maravilhosas.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Asian Style Food

O fim-de-semana foi tempo de rebastecimento de alguns produtos orientais no supermercado Chen, no Martim Moniz.
Para além dos clássicos dim sum,

resolvi adquirir cogumelos enoki frescos, duas massas japonesas, uma udon e a outra de chá verde, e também uma massa coreana.

Fiz logo os cogumelos enoki salteados com alho e alguns dos dim sum cozidos ao vapor. 
Refeição rápida e saborosa.

O Mundo das Conservas | Loja das Conservas

Inovação é uma palavra presente no léxico actual, nomeadamente quando se fala de economia. Aliar à tradição a inovação é um desafio, que nem sempre é alcançado com sucesso. Há no entanto sectores que se têm conseguido superar e reinventar. O das conservas é um deles.
Apesar de antiga e tradicional, a indústria conserveira teve um período de forte declínio. Até há bem poucos anos recorríamos às conservas para elaborar uma cozinha de sobrevivência (ou por não se saber cozinhar ou por não haver condições, económicas e logísticas, para tal). Actualmente tudo mudou.
Projectos recentes e inovadores, como o, já aqui falado, Sol e Pesca, e o Can the Can, entre outros, vieram-se juntar a outros mais tradicionais que conseguiram sobreviver ao longo dos tempos, como a Conserveira de Lisboa.
Através de uma imagem forte, apoiada num design retro, tão em voga, bem como através da reinvenção da utilização do produto, que é tanto utilizado na elaboração de entradas como de pratos principais criativos, assim como as preocupações de sustentabilidade de algumas marcas, nomeadamente a Santa Catarina, dos Açores, que viu o seu atum ser distinguido pela Greenpeace como o mais sustentável do mundo, fazem com que as conservas estejam definitivamente de volta e na moda.
Neste contexto de ressurgimento, no final de 2013, surgiu um novo projecto sob a chancela da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), a Loja das Conservas, localizada na Rua do Arsenal.










A loja é a imagem de tudo o que se referiu até aqui, ou seja, é inovadora, atractiva e encantadora. Mas importa que a imagem seja acompanhada de conteúdo, que ali não falta. O espaço reúne 17 marcas de conserveiras nacionais, comercializando mais de 300 produtos, alguns dos quais anteriormente apenas disponíveis no mercado de exportação.
Para além da vertente comercial, a Loja das Conservas apresenta uma componente informativa através dos painéis que se encontram afixados pelo espaço comercial e que permitem perceber a dinâmica comercial e ter um maior conhecimento das conservas nacionais.
Obviamente que da minha visita a este fascinante espaço comercial não saí de mãos vazias. Trouxe três conservas, uma de filetes de cavala em azeite com picles da La Gondola, conserveira de Matosinhos, umas petingas picantes da Pinhais, também de Matosinhos, e uns filetes de cavala fumada da Comur, da Murtosa. Estes dois últimos produtos foram sugestão do simpático funcionário, que ainda me deu uma dica de como elaborar as cavalas fumadas.
Darei nota do resultado em breve.