domingo, 28 de dezembro de 2014

O Rio de Janeiro É...

O Rio de Janeiro...
... gastronomicamente falando é…
…comer frutas tropicais no café da manhã.
…começar o dia de forma energética com banana, doce de leite e granola.
…comer milho no pratinho.
...beber mate leão.
…ser carioca e comer biscoitos Globo.
…refrescar com uma água de coco no calçadão.
...beber um Guaraná Antárctica estupidamente gelado.
…deliciarmo-nos com uma tacinha de açaí e chorar por mais.
…saborear o bolinho de bacalhau do Bracarense.
…petiscar a empadinha de palmito do Bar da Urca.
…degustar a empadinha de palmito do Jobi do Leblon.
…beber o inesquecível e magnífico açaí de Marajó com guaraná e o hiper espesso e gostoso suco de manga-espada do PolisSucos de Ipanema (Rua Mária Quitéria).
…comer a deliciosa sanduiche de filé de lombo com abacaxi prensado na chapa do Polis Sucos de Ipanema (Rua Mária Quitéria).
…depois da serpenteante subida das inúmeras ladeiras, chegar ao Avrão, o topo do Morro do Vidigal, e entrar numa festa de um bar de um hostel e tomar um copo descontraidamente, com toda a zona sul como cenário de luxo.
…comer um menu no Bob´s, o McDonald's brasileiro, que tem como slogan "Não dá pra controlar".
…deslumbrarmo-nos, a todos os níveis sensoriais, com as propostas do Felipe Bronze, do Oro, no Jardim Botânico.
…comer o bolo quindim de camisola e o pastel de Caipirinha da Confeitaria Colombo do Centro.
…comer junto dos livros no restaurante e alfarrabista Al-Farabi, num casarão centenário no centro da cidade.
...comer um Bife à Osvaldo Aranha, no Belmonte da Urca.
…degustar comida amazónica no Espírito Santa, no charmoso bairro de Santa Teresa.
…beber caipirinhas e petiscar enquanto o samba rola ao vivo no Improvável da Lapa.
…comer pastel e beber uma caipirinha na roda de samba Samba dos Trabalhador, no Clube Renascença, em Andaraí.
...subir ao morro para comer os deliciosos bolinhos de arroz com sardinha (baptizados de Dubai Carioca em homenagem a Palmeira Jumeirah) do primeiro boteco premiado na favela, o Bar do David, no Morro Chapéu-da-Mangueira.
...beber uma das fabulosas criações de Daniel Milão, no charmoso e elegante Paris Bar.
...comer um dos melhores galetos cariocas no Galeto Liceu Bar, da Rua Nelson Mandela, um dos points gastronómicos do Baixo Botafogo.
...comer um delicioso mix árabe no Harad, na Rua Nelson Mandela, no Baixo Botafogo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

São Paulo É...

São Paulo…
…gastronomicamente falando é…
…comer pizza ao domingo.
…começar o café da manhã a tomar um suco natural. O vencedor é o de açaí. Mas o de melancia, graviola e acerola também são desejados.
…comer um Beirute.
… deliciarmo-nos com a sanduiche de pernil do Estadão.
...percorrer as bancas do fantástico Mercadão.
…saborear o pastel de bacalhau do Hocca Bar no Mercadão.
…aumentar o colesterol com a excessiva e saborosa sanduiche de mortadela do Hocca Bar no Mercadão.
...deambular pelos mercadinhos de bairro.
…delirar com as esfiha, kaftas, quibis e doces árabes do Raful.
…ir a um restaurante japonês.
...comer uma gyoza na feirinha da Liberdade.
….ir a uma cantina italiana no Bixiga, por exemplo, ao Villa Tavola.
…deliciarmo-nos com uma paleta mexicana, o sorvete da moda em São Paulo, de jabuticaba.
…ficar horas a degustar o menu do D.O.M de Alex Atala.
…ir ao Epice de Alberto Landgraf.
…Ir a um bom restaurante libanês, como o Saj.
…comer uma paçoca e pensarmos que tem tanto de bom como de doce.
…matar saudades com o pastel de nata da Casa Mathilde.
…beber uma caipirinha com picolé, acompanhada de bolinho de carne seca e mandioca, do Salve Jorge.
…comer uma coxinha, uma das melhores de São Paulo, e beber uma caipirinha e um chop no Bar Filial.
...uma babilónia, onde tudo o que se queira comer é possível.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cantina 32 | Porto

Tinhamos concretizado com muito sucesso a corrida de 16 km, por um lindo percurso que englobou o Porto e Matosinhos.
Mereciamos um prémio.
Na noite anterior, para termos energia para o dia seguinte, queriamos uma refeição em grande e procurámos um dos, actualmente, restaurantes mais badalados do Porto. Contrariamente ao que tinhamos lido, a reserva era imprescíndivel, devido ao sucesso e grande procura do restaurante.
Nessa noite sentimos que o Porto está mesmo na moda. Todos os sítios estavam cheios ou com reservas. Acabámos num pequeno restaurante de petiscos junto ao Jardim da Cordoaria, o Vira Lata.
Mas não foi a refeição dessa noite que ficou na memória. Foi antes, o jantar que era para ter sido e que virou almoço do dia seguinte.
Um sítio que apresenta esta proposta só pode ficar na memória. Penso que todos concordarão.
Bem, mas já lá iremos. Vamos começar pelo início.
No centro histórico do Porto, na pedonal e cool Rua das Flores, localiza-se o Cantina 32, um restaurante com uma decoração muito bonita e original. A contrastar com as paredes em betão armado, são apresentados elementos decorativos rústicos, outros retro, que no global criam uma atmosfera acolhedora e cheia de personalidade.
A ementa é igualmente cheia de personalidade e muito apelativa. Na senda do momento, apresenta diversas propostas para picar, petiscar e partilhar, mas também comporta ofertas de pratos principais, que são entitulados como "Propostas Verdadeiramente Sérias" e que se dividem em "Para 1 ou 2 com pouca fome" e "Para 2 com alguma fome".
Decidimos optar, adicionalmente ao couvert, composto por manteiga de banana com flor de sal (óptima), azeites aromatizados, tremoços e pão, por um petisco de entrada. O eleito foi salmão curado em mostarda, laranja, molho de chalota e ovo raspado.
Para além do excelente efeito gustativo, o efeito visual de apresentação esteve em conformidade. Destaque para o mimo do mini raspador para auto-rasparmos o ovo cozido.
Das "Propostas Verdadeiramente Sérias"escolhemos, para partilhar, o Bife de atum com ananás, sésamo, coentros e acompanhado de batatinhas a murro. O atum apresentou-se distintamente braseado, as batatinhas exemplares e a conjugação de sabores perfeita. 
Ainda nas propostas sérias prosseguimos para a posta de novilho laminada com batata a murro e salada básica. Tudo apetecívelmente saboroso e perfeito. E também original. A salada básica é meia alface, excepcionalmente tenra, polvilhada por queijo ralado.
Rendidos até ao momento, avançámos para os "doces e outros finais".
Solicitámos quatro centímetros e bolo de bolacha com nougat de amêndoa. Sim, é verdade, aqui o bolo de bolacha é, originalmente, servido ao centímetro. Melhor, maravilhosos centímetros. Até eu que não deliro com bolo de bolacha fiquei rendida.
A outra proposta que solicitámos foi o vaso da primeira fotografia deste post. O pseudo-vaso de hortelã é, surpreendentemente, um estonteante cheesecake de banana caramelizada e chocolate. Muito divertido, original e delicioso.
Que maravilha.
Que dia pleno. Nem a ratoeira final foi dolorosa.

DeCastro Gaia

Fomos até ao Porto com o propósito maior de participar na Family Race, corrida de 16 km, inserida na Maratona do Porto.
Obviamente que não iriamos reduzir o nosso fim-de-semana à vertente desportiva, ainda mais numa cidade tão apetecível, nas diversas dimensões, como o Porto.
Procurámos assim estabelecer um programa diversificado, onde houvesse espaço para a vertente desportiva, cultural e gastronómica.
Neste último capítulo iniciamos a nossa incursão no deCastro Gaia, restaurante inserido no edifício da Porto Cruz, localizado no Cais de Gaia.
O Porto Cruz é um espaço que procura celebrar a cultura do vinho do Porto e que congrega diversas funções, nomeadamente loja, sala de provas, sala de exposições, auditório, restaurante e esplanada panorâmica.
Já conhecia a cozinha mais petisqueira do chef Miguel Castro e Silva (De Castro Elias e espaço do Mercado da Ribeira, ambos em Lisboa) e pareceu-me óptima ideia conhecer um dos seus espaços na sua região natal.
A ementa divide-se em duas componentes, propostas para picar e pratos principais. Num ambiente moderno, ao estilo minimalista nórdico, bonito e informal optámos por degustar algumas das propostas para picar apresentadas.
Depois de termos escolhido a maravilhosa, e já nossa conhecida, sangria de Porto Cruz Pink, começámos a refeição com cavala fumada com escabeche de cebola e Porto. Composição excelente.
De seguida chegaram as iscas do cachaço do bacalhau. Fritura e maciez perfeita.
Avançámos para a morcela da Beira com maçã e cebola. Contraste de sabores sempre magnífico, atingindo ainda mais a excepção pela qualidade dos ingredientes.
Sem mais demoras, debruçámo-nos e deliciámo-nos com os fígados de pato com compota de cebola, que foram votados como o petisco do dia.

Para terminar a ronda dos petiscos, a emblemática e local Francesinha, em formato mini.
Para fechar a refeição, maravilhosamente, ordenámos um gelado Tawny com amêndoa e um gratinado de maçã com gelado de baunilha.
No final, e antes de nos embrenharmos pela cidade do Porto, subimos ao último piso do edifício, onde nos deliciámos com a vista do Terrace Lounge 360º.
Cada vez nos sentimos com mais energia para correr pela cidade, o pretexto da nossa visita.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

À Mesa na A Mesa

Acabou assim. Com os pratos vazios. 
Iniciar assim seria negativo. Terminar desta forma é muito positivo. É dos maior elogios que se pode fazer a uma cozinha.
O início passou por escolhermos as pizzas mais entusiasmantes.
Naquele dia foram a Castelo e a Bairro Alto.
A ementa da pizzeria A Mesa faz-se sobretudo de pizzas, mas também de massas e saladas.
As pizzas têm nomes de bairros de Lisboa. 
Como é o bairro do Castelo? Em formato de pizza é composto por frango desfiado, cogumelos frescos, rodelas de palmito e catupiry.
Deslumbrante e gostosa, como o bairro histórico que está no cume de uma das colinas lisboetas.
E o Bairro Alto, do que é feito?
Tem um toque picante.
Será pela sua boêmia? Talvez.
Mas aqui os ingredientes são outros. Salame pepperoni, mozzarella de búfula, sementes de gergilim e geleia de pimenta.
Excêntrica e saborosa, ao estilo do bairro notívago.
A degustação das pizzas faz-se de forma descontraída, ao longo da, única e gigante, mesa do estabelecimento. O mote é congregar e promover o convívio entre todos os comensais. Conhecidos e desconhecidos.
Foi o que nos aconteceu na última visita. Ao nosso lado estavam uns holandeses, de visita a Lisboa, com quem animadamente e tranquilamente fomos falando e partilhando as pizzas e palavras, enquanto lá fora o dilúvio não dava tréguas.
No entanto, no interior o conforto era total.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Leopold

Leopold. Não encontramos nenhum Gustav Klimt. Nem tão pouco as obras atrevidas do expressionista Egon Schiele. O único vestígio do museu vienense é o nome, gravado na janela, e um poster no interior do pequeno espaço.
No entanto, há outros paralelismos. Neste Leopold, restaurante, tal como no museu, também se encontra arte, criatividade e imaginação. Muita.
No nº 27 da Rua de S. Cristovão, na Mouraria, não há fogão nem outros elementos comuns de uma cozinha. Aqui, no espaço de uma antiga padaria, todos os pratos são confeccionados a vácuo, com um Roner.
A cozinha de Tiago Feio, o chef, é feita de experimentalismo e muita originalidade. Originalidade que se prolonga do modo de confecção ao produto final.
Na carta, curta pelos processos utilizados e pela pequena dimensão do restaurante (12 pessoas), encontramos propostas muito interessantes, quer na combinação de sabores e texturas como na apresentação.
Todos os pratos foram apresentados em loiças, lindíssimas, das Caldas.
Começámos com ovo cozinhado a 63,5 graus, cogumelos shitakes e sementes de trigo sarraceno.
Combinação perfeita, com o sabor forte dos cogumelos e o crocante das sementes a fazerem o contraponto com a maciez do ovo.
Continuámos com um portento de originalidade e sucesso.
Legumes na Terra, composto por alfarroba e cacau, a representarem a "terra", espinafres turcos, beterraba, puré de nabo, cenouras bebés, os legumes que brotam da "terra", e miso branco.
Avançámos, com muito entusiasmo, para o bacalhau cozido, com couve lombarda, cebola roxa em pickles caseiros e cuscos de Trás-os-Montes (cuscus feitos à mão).
Prato simples, mas muito bem conseguido. A posta de bacalhau estava no ponto com as lascas a soltarem-se com firmeza e textura macia. Os pickles deliciosos e os cuscos surpreendentes, com um travo adocicado.
Terminámos, de uma forma magnífica, com um creme de feijão com maçã, suspiros das Caldas e hortelã.
Sabe muito bem experimentar propostas empolgantes, e pouco comuns, como as apresentadas pelo Leopold. É daqueles sítios que ficamos a aguardar com ansiedade pela mudança de carta para explorarmos mais propostas interessantes, originais e deliciosas.