terça-feira, 23 de julho de 2013

Noite Luso-Nipónica-Laociana

Algo improvável aconteceu. Nós, três portugueses fomos jantar a um restaurante de japoneses em Vientiane, Laos, e no fim o dono trouxe a conta e disse "obrigado".
A partir desse momento começou uma conversa em três línguas, inglês, português e japonês de forma a tentar perceber como surgiu aquele "obrigado".
Os donos do restaurante, um casal de japoneses, há 5 anos estiveram três meses em Portugal, a viajarem por Lisboa, Porto, Leiria, Madeira, redondo e Évora. Ficaram apaixonados pelo nosso país e ele decidiu aprender de forma autodidacta a nossa língua.
Após essa viagem regressaram e permaneceram no Laos, onde estão instalados há nove anos depois de o membro masculino do casal ter ido a este país fazer uma pesquisa no âmbito dos estudos de agricultura que estava a desenvolver e ter-se rendido ao ritmo tranquilo do Laos.
Nós, os três portugueses em viagem pelo Laos, uma das quais aprendiz da língua japonesa, fomos até ao restaurante por recomendação do guia Lonely Planet e do Jornal New York Times.
O local desta situação foi o YuLaLa, um restaurante pequeno e muito acolhedor no centro de Vientiane.
Á entrada deixamos os sapatos, para logo nos acomodarmos nuns almofadões junto a mesas baixas ou em mesas clássicas.
Na carta não se encontram propostas de sushi nem sashimi, antes sugestões baseadas numa cozinha de fusão Japão-Laos-França.
Pedimos uns bolinhos de tofu frito em molho de cogumelos e rabanete japonês,

uma das especialidades do chefe composta por frango e tofu frito com cenoura e hortícolas e molho de alho e soja,
e porco salteado com cogumelos e molho de rabanete japonês.

Tudo acompanhado por um arroz com legumes, uma Beerlao, a cerveja do Laos, e um ginger ale caseiro potentíssimo.

Terminámos a refeição com duas sobremesas, bolo de chocolate fondant e gelado de baunilha e cheese cake com molho de manga e laranja caseiro.

No fim, à conversa, percebemos que havia um pouco de Portugal na ementa, já que um dos vinhos da carta é o Castelinho do Douro. E soubemos ainda que em tempos esteve também presente um vinho alentejano do Redondo, que deixou de ser uma alternativa por dificuldades de importação.
Foi muito bom ter este encontro inusitado em que se cruzaram culturas.